««Abriu portas no sábado a nova loja da rede de Aldeias do Xisto, localizada em Martim Branco, freguesia de Almaceda (Castelo Branco). O espaço apresenta-se como o centro de um novo mundo, feito de genuinidade dos saberes, de tradições intocadas e de sabores únicos. A inauguração foi também uma proposta para olhar pela variedade e qualidade dos produtos que o visitante pode encontrar nesta região, com uma degustação de produtos locais e uma mostra de artesãos, a trabalhar ao vivo. Recorde-se que na Rede de lojas Aldeias do Xisto vendem-se produtos genuínos de qualidade seleccionada. Do tradicional ao moderno, são artigos feitos às mão por artesãos e inspirados pelas gentes e cultura do coração de Portugal. Muitos são produtos locais que costumavam ficar cativos dos habitantes destas 24 aldeias. Outros são interpretações de processos e materiais tradicionais, peças de verdadeiro design contemporâneo de inspiração rural. Com a criação desta Rede de Lojas, é possível ao visitante, provar o queijo, o vinho, as ervas aromáticas, as infusões, a doçaria regional. Paulo Fernandes, presidente da ADXTUR, lembrou a importância da renovação destes territórios, muitas vezes tão esquecidos no mapa. “Temos 24 aldeias de xisto, que recuperaram a paisagem urbana, e que foram seleccionadas em termos da sua arquitectura. Este projecto foi transformando estas comunidades, e todos devemos dar as mãos para recuperar a paisagem urbana desta aldeia”. Joaquim Morão realçou que o facto de ser uma Aldeia de Xisto “não resolve todos os problemas”. No entanto, “permite que as terras não desapareçam”. “Vamos dar as mãos, para que iniciativas deste género, possam combater a desertificação”, concluiu. José Custódio, presidente da Junta de Freguesia de Almaceda, manifestou a sua satisfação pela renovação da “bela” aldeia de Martim Banco, integrada agora no projecto das Aldeias de Xisto. “Com este projecto é possível melhor a qualidade de vida da população, e a promoção das actividades económicas tradicionais e dos produtos locais”. Sebastião Antunes, porta-voz da população de Martim Branco, considerou a inauguração do novo espaço, como uma “dia histórico” para a aldeia. “Não faz sentido que uma terra de xisto, tenha mármore na rua, pelo que pedimos a sua substituição por xisto, algo que valorizará muito esta terra”, pediu o autarca. A relação com as comunidades locais nas Aldeias do Xisto mereceu um prémio tradicional na Feira de Turismo de Berlim, “por estas aldeias terem na sua base os costumes, as tradições e as pessoas, como o grande motor e veículo, que substantivam o projecto das aldeias do xisto”, realçou Paulo Fernandes. “Foi um enorme orgulho a atribuição deste galardão, sinal de que fazemos coisas bonitas, dando futuro àquilo que é a paisagem rural”.»»
(Fonte: Diário XXI -A Beira Interior Online, 10-06-2008).